Após perder as duas patas do mesmo lado, cachorra pula e até sobe escada em Santos (SP)
O final feliz da história da cachorra Manuela, a “Manu”, em Santos, despertou a atenção dos moradores da cidade (a 72 km da capital paulista) na semana passada, quando foi revelada. Tudo começou há cerca de três meses, quando Manu chegou à Coordenadoria de Proteção da Vida Animal da Prefeitura de Santos (Coprovida) com fratura exposta nas duas patas do lado esquerdo, após ter caído de uma laje. Manu, que tem em torno de um ano de idade, foi levada por uma mulher que estava hospedada na casa dos ex-donos da cachorra.
“A mulher que a trouxe aqui contou que veio para Santos, se hospedou na casa de umas pessoas e ficou espantada ao ter encontrado Manu naquele estado, nos fundos da casa, machucada. Ela estava ali havia uns 15 dias e ninguém tinha feito nada para ajudá-la. Foi então que um dia, ao sair para trabalhar, enrolou-a em um pano e a trouxe para cá”, disse a coordenadora da Coprovida, Leila Abreu.
Com as duas patas fraturadas, Manu foi submetida a duas cirurgias ortopédicas para a colocação de pinos. Uma infecção complicou o quadro, e, por conta disso, as patas tiveram de ser amputadas. Algum tempo depois aconteceu o inesperado, segundo Leila. “Quando nós começamos a pensar em juntar dinheiro para fazermos uma cadeirinha de rodas especial, percebemos que ela conseguia subir e descer as escadas aqui da Coprovida só com as duas patas do lado direito.”
A tratadora Amanda Cristina dos Santos disse acreditar que, após ter as patas amputadas, Manu demonstrou estar aliviada. “No começo nós achamos que ia dar pra salvar as patas, mas infelizmente não deu. Só que o que mais impressionou foi que ela reagiu muito bem, como se tivessem tirado um peso. Acredito que por ter passado tantos dias com muita dor, pelas patas terem infeccionado, ela ficou aliviada com o fim do sofrimento e logo já estava andando por todos os lados.”
Bombom, a amiga inseparável
Na mesma época que Manu chegou à Coprovida, outra cachorra, batizada como “Bombom”, também foi resgatada, vítima de atropelamento. Ambas precisariam ficar separadas para o tratamento, mas pela falta de espaço acabaram ficando juntas. Manu e Bombom acabaram se tornando amigas inseparáveis, tanto que Leila pretende somente permitir que uma delas seja adotada se a outra for também.
“Elas dormem juntas, e para onde uma vai a outra vai atrás. Viraram amigas inseparáveis, tanto que pretendemos doar as duas juntas. A única exigência que fazemos aos interessados em adotar, não só a Manu e a Bombom, mas qualquer cachorrinho que esteja aqui na Coprovida, é que passem por uma entrevista para sabermos se a pessoa terá condições dar comida de qualidade e levar ao veterinário sempre que precisar, além de dar amor e carinho”, disse Leila.
Multa de R$ 1.000 para ex-donos
De acordo com Leila, os antigos donos da cachorrinha foram intimados a comparecer à Coprovida, e uma multa de R$ 1.000 foi aplicada por maus-tratos e omissão de socorro. “Somente um dos donos veio, e a Manu reconheceu a voz dele. Por incrível que pareça, ela fez festa, queria chamar a atenção, e ele nem deu bola, nem quis saber como ela estava. Só estava preocupado com a multa que ia receber.”
Fonte: G1